2004/04/23

O lançamento do novo livro de Carrilho

Poucos nomes da inteligentsia portuguesa faltaram ao lançamento do novo livro de Manuel Maria Carrilho, o maior perspectivista português. Sousa Franco, existencialista, discutia com Edite Estrela o problema ontológico do misterioso desaparecimento da sua orelha direita. Fernando Gomes, o grande enciclopedista, sentiu-se insultado quando o epistemólogo João Soares lhe chamou objecto, ao que aquele retorquiu, tratando-o por sujeito. O caso ficou por ali graças à intervenção do grande fenomenólogo Manuel Alegre, que fez imediatamente uma epoché aos dois. José Sócrates, claro, não sabia de nada. Ferro Rodrigues, como impassível estóico, apareceu todo nu dentro de um barril e só foi reconhecido por Paulo Pedroso, o epicurista.

Os estruturalistas, como Paulo Portas, Durão Barroso e Santana Lopes não compareceram; diz-se que estariam nessa altura no meio de um potlach, que é aquilo a que chamam um sistema de prestações sociais em que impera a dádiva e a troca. Manuela Ferreira Leite, a fanática extremista recentemente expulsa do círculo dos neopositivistas lógicos, ficou em casa, a ler as aporias de Russell. Marques Mendes também primou pela ausência, embora já esperada, desde que anunciou a sua retirada da vida filosófica para se dedicar às nanotecnologias!

Para finalizar, dizemos apenas que foi um belo lançamento e que o livro parece ter ido bem longe, aí uns duzentos metros!

PD

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