Guia Prático da Sanidade ou Processo Ontológico duma Filosofia Barata

Viajava pelo Metro quando me ocorreu o tal pensamento, aquele que tanto ambicionava:
- A manifestação do Universo como ideia complexa em si própria oposta ao facto de ser interior ou exterior à verdadeira existência é, em si mesma, por inerência, um Nada conceptual ( ou Nada) no relacionamento com qualquer forma de existência presente, a existir ou que tenha existido em perpetuidade e não está sujeita às leis da fisíca, do movimento ou das ideias relativas à antimatéria nem à falta de um Ser objectivo ou de uma Alteridade subjectiva. era uma ideia subtil, mas penso compreendê-la antes de morrer.

Dizem que o Universo é estritamente fenomológico. Nada é eterno.Nada tem sentido nem mesmo o positivismo lógico. Deixara de ser racional, o empirismo estava na berra, queria conhecer Deus. Era um trabalho de um existencialista, absolutamente.Queria ver-me livre de Kant que tanto me atormentou e o Espinosa seria útil para desembaraçar de Descartes. Sucessivamente, Sócrates seria facilmente aniquilado por Hipócrates e o confúcio por Mao. Depois de um breve processo ontológico tudo ficaria normalizado.

Era o Eleito, o Messias, reunia todas as condições para uma missão bem sucedida. Percorri meticulosamente todas as estações até finalmente encontrar aquela onde estaria provavelmente o Tipo Deus. Nessa mesma gare estava afixado um cartaz com a seguinte inscrição: " Não aceitamos dissidentes, fora da propriedade privada, seu cabrão".Foi aí que reparei onde Hegel errara. Não era possível descortinar onde residia tamanha ausência de postura académica. Ou seja filosofia do caralho.

Não baixei os braços pois eram os únicos que tinha e continuei a minha saga. Entretanto assolou-me na minha carola luzes intermimentes com frases feitas. Mesmo assim dei-me ao trabalho de as ler. "Somos simples matéria em fase de decomposição latente, morremos quando nascemos." Fantástico. "A castidade é o dom da pureza e não o doloroso resultado da velhice". Farto de tanta merda a confudir a minha cabeça cheguei à brilhante conclusão que Deus existe nos cornos de cada um, porque nos meus não cabem.

F.R